De volta à fotografia, com uma pequena história do passado recente do M. V. M. a servir de preâmbulo:
Em 2010, quando comecei a fotografar com uma compacta da Canon, reparei que em certas fotografias as linhas rectas mais próximas dos limites do enquadramento apareciam distorcidas, o que dava aos imóveis altos um aspecto caricatural, como se tivessem sido projectados por um autor de banda desenhada e não por um arquitecto.
Esta distorção era de tal maneira severa que me levou à assistência da Canon, onde me esclareceram que essa distorção era natural em câmaras daquele tipo. Apercebi-me de imediato que precisava de uma câmara melhor, porque era intolerável ver as fotografias tiradas com distâncias focais curtas.
E também precisava de boas objectivas. A informação que fui recolhendo trouxe ao meu conhecimento que esse fenómeno hediondo se chama «distorção de barril», importação directa e acéfala da expressão inglesa barrel distortion. Mais ainda: aprendi que nem todas as objectivas resolvem satisfatoriamente este problema.
Deste modo, como um gato que outrora tivesse caído num caldeirão de água em ebulição, a possibilidade de uma objectiva grande-angular provocar este tipo de distorção causou-me sempre enormes receios e desconfiança. A 17mm que vinha com a Olympus E-P1 tinha essa distorção em níveis assustadores, mas era automaticamente corrigida pelo processador e pelos programas de edição de imagem que a reconhecem. A OM 28mm-f/3.5, ao contrário da 28mm-f/2.8 que experimentei em tempos, era quase isenta de distorção; será que tinha cometido um erro grosseiro ao trocá-la pela Vivitar 24mm-f/2.8?
As digitalizações do primeiro rolo que expus com esta última objectiva mostraram que não tinha razões para recear. Há um bocadinho de distorção, mas é negligenciável. Deste modo – e, com isto, concluo as minhas impressões acerca da Vivitar 24mm-f/2.8 –, apenas me merecem reparos dois problemas que se tornaram aparentes, quer nos testes iniciais, quer nas digitalizações: a sensibilidade ao excesso de luz e um escurecimento muito pronunciado dos cantos da imagem (vignetting). Tudo o resto é boas notícias: as cores são boas, as aberrações cromáticas muito bem controladas, a distorção mínima. Nada mau para uma objectiva que foi lançada para ser um sucedâneo barato das Olympus OM.
Posso, depois de tudo isto, concluir que fiz um bom negócio com a Vivitar. Soy muy contento.
M. V. M.